Os textos já escritos parmenecem atuais quando insistem em traduzir os sentimentos verdadeiros de alguém. Assim eu me sinto em relação ao que escrevi sobre e para o Colégio Pedro II. Parabéns, pelos 173 anos de vida!!!
Para uns, o Colégio Pedro II é uma instituição de ensino respeitável e que, por apresentar uma equipe de profissionais de excelência, corresponde a uma grande oportunidade de ascensão profissional. Para outros, é um emprego público, que lhes garante estabilidade e segurança, diante das oscilações de uma economia de mercado, que gera, a todo momento, desemprego. Para outros ainda, é um trampolim para ambições maiores, talvez até no cenário político brasileiro.
Mas existe uma relação, envolta de uma certa mística, que se manifesta nos mais diferentes espaços, por meio dos mais diversos personagens. Seja no restaurante, na pizzaria, na fila do cinema, nos pontos de ônibus, nos estádios, nas festas, em todo lugar, se alguém por ventura puxar os primeiros versos da “Tabuada”, pessoas de todas as idades entoarão juntas um mesmo canto: “zum zum zum pararatibum, Pedro II”.
Na tradicional “Feijoada dos ex-alunos”, todas as gerações se encontram num abraço atemporal, no qual, diferentemente do que ocorre na sociedade, os mais velhos são os mais respeitados, porque têm mais histórias para contar. O avô mostra ao neto onde eram as salas do antigo Internato e não se cansa de relatar as suas “travessuras” para aquela cabecinha sonhadora, que já passa a olhar para os nossos símbolos com outros olhos.
E o que dizer das pessoas que nos olham com outros olhos quando sabem que somos do Pedro II? Quantas vezes, não nos pararam – depois de reconhecer em nós algum símbolo característico (adesivo, camisa, uniforme) –, querendo alguma notícia do “seu” colégio? E a pergunta é sempre a mesma: “Como vai o nosso colégio, continua o mesmo?”. Claro que o que desejam saber é se nós estamos conseguindo passar para as novas gerações aquilo que eles aprenderam e que está para além das matérias e muito além das salas de aula: a nossa mística.
Quando escrevi, há alguns anos, o poema “Tive o mundo em meu peito”, estava me referindo ao nosso emblema, que vai a cada ano mudando os números, que depois se convertem em estrelas. O que faltou dizer ali, é que a etapa final da metamorfose é que o nosso emblema, depois das três estrelas, fica gravado para sempre no nosso coração. O que é invisível para os outros, salta os olhos para nós. Porque só os nossos olhos vêem a nossa mística. Os outros não. Os outros são cegos a isso.
Márcio Hilário
26/10/2009
A sua contribuição poética, acadêmica e afetiva para este Colégio (sim, maiúsculo) ficará eterna na memória daqueles que contigo partilharam aulas, lembranças, sorrisos e abraços. E como é bom olhar para o passado e perceber que puxões de orelha e caras enfezadas, juntamente ao seu lecionar e ao meu dedicar, resultaram em minha aprovação direta. Não me gabo, mas me orgulho. Orgulho esse construído por essa mística a qual só nós do Pedro II somos capazes de senti-la.
ResponderExcluirAbraços,
Caio.
Sem dúvidas, apenas os alunos e ex-alunos conseguem compreender esse sentimento tão especial que é fazer parte da história do Imperial Colégio Pedro II. E ter a certeza que ele sempre será um ponto ímpar da nossa história.
ResponderExcluirVi Tiros em Columbine essa semana e bateu a maior saudade! Quero voltar pro 3º ano e ter mais aulas, professor! hahaha
Não sei em que tempo este poema foi escrito, mas como foi dito por você 'Os textos já escritos parmenecem atuais quando insistem em traduzir os sentimentos verdadeiros de alguém.', esse poema foi recitado na minha formatura e foi lindo... É preciso amar de verdade este colégio para entender a magnitude do está escrito.
ResponderExcluirParabéns por traduzi-la tão bem.
Aii... dá até uma dorzinha no peito ler isso... Esse ano éo meu último no cp2. Só de pensar dá vontade de chorar, fui/sou muito feliz aqui. É quase a minha segunda casa.
ResponderExcluirÉ, mestre... Esse ano senti o que é ser um legítimo ex-aluno do Pedro II. Já tinha lido este seu post na época de aluno, e concordei com tudo, mas hoje pude sentir a real emoção que o senhor passou letra após letra. Os outros não entendem nossa paixão por esta instituição... azar o deles! Até sábado!
ResponderExcluirPRIMEIRO AMOR
ResponderExcluirTeu porte atlético
e teu saber eclético
me conquistaram
ainda “lolita”...
E que mulher
não é tomada
por uma atração premente,
pelo desejo de aprender
com alguém mais experiente?
Deixei-me embalar
em teus braços protetores,
me envolvi
em teus discursos sedutores,
te defendi
dos mais ácidos rumores...
Contigo conheci amigos,
conquistei amores...
E, se um dia te deixasse,
certa estava
de que breve
seria o dia da volta...
Assim foi...
Fui recebida de braços abertos,
com honras e glórias,
um dos capítulos essenciais
da minha e da tua história,
para sempre registrado
no coração e na memória...
Hoje, mais que centenário,
um senhor tradicional e sisudo,
ainda se deixa encantar
ao ouvir
a velha e boa tabuada,
“ Pedro II, tudo ou nada?”
E a resposta, convicta,
ecoar:
“Tudooo!!!”
Ao meu Colégio Pedro II,
com quem tenho um caso de amor
há CINQUENTA anos...
REGINA LUCIA
ex-aluna do Centro
professora do Humaitá I
2011
É mesmo incrível que um texto como este possa tocar o coração hoje da mesma forma que tocaria se fosse lido no dia da formatura... O amor pelo CPII não diminui nunca... E a saudade de suas aulas aumentam cada vez que conhecemos um pouco mais deste mundo injusto e sem fé nas suas crianças... Você é o maior responsável por enraizar em mim esta fé e esta nossa mística.
ResponderExcluirSou ex-aluno do Colégio Pedro II. Achei muito lindo! Apareça no meus blogs, ok?
ResponderExcluirwww.enfoque-sociologico.blogspot.com (blog novo)
www.tribunadorio.blogspot.com