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“– Mãe, quero fazer cocô. – Tá bom, vamos! – Não, eu quero ir na casa do Pedrinho!”. Quem não se lembra desse diálogo escatologicamente fofo entre mãe e filho no comercial do “Glaid”? Apesar de demonstrar aquela inocente inveja típica das crianças, que adoram as novidades perfumadas da latrina alheia, o nosso “Barrozinho” – mais amigo do rei que Manuel Bandeira – nem sequer reivindicou para si um trono semelhante ao do pequeno monarca, mas sim queria ter um livre acesso ao mais íntimo dos aposentos reais.
E já que falamos da nobreza, lembremos também do clero, como no filme “O Banheiro do Papa”. Ali naquela cidadezinha da fronteira Brasil-Uruguai, os pobres moradores fizeram de tudo para ganhar alguma graninha com a visita de Sua Santidade. Claro! Afinal, os jornais anunciavam que centenas de milhares de peregrinos viriam de todas as partes só para receber as bênçãos do Pontífice. E como nem só de fé vive o homem, muitos quitutes foram preparados e colocados à venda por quem podia e quem não podia. Já quem podia ainda menos teve de se preocupar com o número dois e construir um puxadinho no quintal de casa para aliviar o corpo e a alma dos fiéis. O problema é que o espetáculo religioso não teve a magnitude anunciada pela mídia e o banheiro do papa acabou permanecendo imaculado,virgem e santo.
Finalmente, depois da nobreza e do clero, o saneamento básico de nossa pirâmide medieval se completa com a plebe, sempre rude e apertada. Como nem todo mundo pode contar com um amiginho solidário e receptivo e como o banheiro do papa fica há milhares de quilômetros do Rio de Janeiro, ao folião, que não queria ter o seu pinto engaiolado no carnaval carioca, só restou apelar à boa fé do prefeito com a seguinte plaquinha em punho: “Xixi aqui não, só na casa do Eduardo Paes”. Pode ser apenas fofoca desse povo, mas dizem que o Pedrinho não sai de lá.
Márcio Hilário
29-03-2011
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